Mais uma vez a Justiça brasileira
determinou o bloqueio do aplicativo de celulares denominado Whatsapp, que é
usado, pela grande maioria da população, para comunicações rápidas. O
aplicativo é o mais usado no mundo todo e pertence ao grupo proprietário do
Facebook, liderado pelo milionário Mark Zuckerberg. No Brasil, segundo
informações da revista Veja, cerca de 100 milhões de usuários têm conta ativa
no Whatsapp. No mundo, segundo as últimas informações de Zuckerberg, seríamos 1
bilhão de usuários espalhados em todos os continentes.
O Whatsapp foi comprado pelo
milionário inventor do Facebook no final de 2014 pela quantia de U$ 22 bilhões
de dólares. Na proporção, 1 em cada 7 terráqueos usam o aplicativo em seus
telefones.
Não é nenhuma profecia, mas o
Whatsapp vai eliminar ou reduzir a quase nada, os outros formatos para comunicação
entre nós. O uso do telefone vem sendo reduzido drasticamente desde que a
disseminação do Whatsapp atingiu o índice atual. Isso por ser gratuito, rápido,
eficiente, ter entrega garantida e pode ser usado em qualquer lugar, hora ou
situação. Além disso, por meio dele, os usuários enviam fotos, cópia de
documentos, arquivos e fazem a comunicação completa, inclusive por intermédio
de voz, com gravação de mensagens entre eles.
O avanço do aplicativo, segundo o
próprio Zuckerberg, visa atingir empresas e envolver negócios, gerando renda a
todos. Nas escolas, nas famílias, nos grupos de amigos, as comunicações,
mensagens, vídeos e até a resolução de tarefas e problemas do dia-a-dia são
partilhados via Whatsapp.
Se oficialmente o Whatsapp não
dispõe de uma interface comercial, grande parte, senão a totalidade das
empresas já usam o aplicativo nos seus respectivos ofícios. O maior exemplo são
as empresas da área de jornalismo, que têm o aplicativo como apoio para recebimento
de mensagens, vídeos, notícias em tempo real e até para discussão de pautas de
suas matérias.
É comum nos grandes noticiários a
divulgação de vídeos e imagens geradas pelos smartphones e entregues via
Whatsapp. Quem nunca ouviu uma notícia com o seguinte teor: “os vídeos com as
imagens do acidente foram enviadas à redação via Whatsapp”. Não é incomum os
jornais divulgarem o número dos telefones onde estão seus aplicativos
instalados, possibilitando aos cidadãos o envio de notícias e imagens.
Recentemente o Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo disponibilizou que os usuários, cidadãos paulistas,
enviassem denúncias e informações de interesse do órgão, para a sua ouvidoria,
via aplicativo Whatsapp. Além disso, o Tribunal de Justiça do Estado já fez
comunicado a um interessado em processo judicial usando o Whatsapp, conforme notícia divulgada amplamente na
mídia. O Tribunal de Contas do Ceará, apresentou-se como pioneiro ao
disponibilizar comunicação com sua ouvidoria via aplicativo de Zuckerberg.
Em pouco tempo todos os órgãos
públicos e empresas privadas terão que disponibilizar para seus clientes e
usuários e para a população em geral, canais interativos populares como esse.
Mesmo invocando-se a possibilidade de utilização de canais como e-mails,
telefones e outros que também enviam mensagens, o fato do Whatsapp ser o mais
popular, levará sua utilização para quem quer sobreviver no mercado.
Sob o ponto de vista da
legalidade, usemos a Constituição Federal brasileira, que preconiza em seu
artigo 37, dentre os princípios constitucionais, a publicidade dos atos e do
acesso ao público de informações e de interação entre Poder Público e
população, como condição de plena existência de outro princípio, a eficiência.
Leia-se que órgãos públicos e entes privados que não ofereçam os aplicativos de
mensagens como possibilidade de comunicação, estarão fadados a ser tratados
como ineficientes.
O Whatsapp, como o telefone, a
televisão, o rádio e a escrita, veio para ficar e se a sua empresa, se o seu
negócio, está sobrevivendo sem ele, trate de adaptar-se, moldando-se a uma nova
realidade do mundo dos negócios e da interação humana.
Sonhemos com a escola onde todos
assistam aulas e interajam por meio desses aplicativos, gerando qualidade na
transmissão do ensino, incentivando alunos a voltarem a escrever e, acima de
tudo, fortalecendo o principal aspecto da educação, o estímulo. Escolas com alunos
desestimulados tendem ao fracasso.
Como disse Zuckerberg, a
suspensão do aplicativo é o marco de um dia triste para o Brasil, onde a
Justiça pune uma empresa que gratuitamente aproxima nossa população, une
famílias, facilita o trabalho de empresas, torna transparente a gestão pública,
facilita a troca de dados, educa, promove o intercâmbio ágil de ensino e
conhecimento, motivado por uma investigação isolada. Quão grande seremos um
país que viola direitos e não usa a balança da “JUSTIÇA” para pesar o que é
mais prejudicial aos brasileiros de todos os recantos. Quantos laços foram
ceifados nessas horas sem o Whatsapp? A que custo?
Que se puna a empresa com multas
bilionárias, mas que não se inviabilize o pleno funcionamento de algo que ainda
dá certo em terras tupiniquins.
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