sexta-feira, 9 de junho de 2017

"TIME QUE ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE"?

A exemplo das embalagens dos produtos (aqui o Nescau), as empresas e os profissionais também precisam evoluir, reciclar e serem reinventados.


Fiz uma provocação no LinkedIn essa semana perguntando se a máxima "time que está ganhando não se mexe"pode ser aplicada na vida da empresa e profissional. Por minha sorte a maioria concordou que se deve mexer em time que está ganhando. As observações foram bem pertinentes e nesse mesmo sentido, com pequenas variações.

Primeiro eu explico o contexto. A expressão "time que está ganhando não se mexe" segundo pesquisa livre na internet é um chavão popular que quer dizer "aquilo que está certo não se muda, pois pode dar errado". Trocando em miúdos corresponde a dizer, segue o caminho atual que você atingirá seu objetivo. Ou melhor, você está no caminho certo, seus planos estão redundando em resultados, continue assim!

No mundo empresarial significaria manter projetos, manter sistemas, manter o design da empresa, manter a forma de produzir, a forma de cobrar, a forma de vender, aplicando nos mesmos programas sempre.

A cidade onde eu nasci tinha uma fábrica de tecidos, a Fiação e Tecelagem São Martino, da pequena e pacata Miracema. Segundo o blog Miracema, do Hélcio Menezes, a fábrica foi fundada em 1906, por Francisco Bruno de Martino, que teria importando 9 teares a vapor da Holanda, tendo o mesmo sido operado por imigrantes italianos. Não há registro de quando a fábrica fechou, mas creio ter sido da década de 70.

Nesse caso, fico a imaginar a dificuldade de se importar, em 1906, os teares a vapor da Holanda. Qual teria sido o custo disso, será que o governo financiou? Muito provável que não. E quanto se obteve de lucro com tais teares, durante quanto tempo. Creio que eles nunca foram substituídos, tornando-se obsoletos. O mesmo teria acontecido com a mão de obra de imigrantes, que acabou.

Por quanto tempo se pensou que aquele time montado em 1906 estaria ganhando e que não era necessário mexer?

Esse é um exemplo, apenas um. Mas pense aí ao seu redor, quantas empresas, quantos estabelecimentos comerciais, quantos profissionais, tornaram-se obsoletos ou estão se tornando obsoletos nos últimos anos?

Exercendo a futurologia escrevi dois textos sobre atividades que não existirão nos próximos anos e de atividades que passarão a existir. Os textos são reflexões, que devem ser atualizadas diariamente. Mas o principal objetivo é perguntar a você, o que você tem feito para que a sua empresa e a sua atividade profissional seja mexida e atualizada? Pense e reflita sobre isso.

Nós temos dificuldades de pensar a longo prazo. Mas sendo cortês com a maioria, o correto seríamos imaginar as atividades que nos sustentam visando os próximos 30 anos. Eu tenho hoje 46 anos. Daqui a 30 terei 76 . Considerando a evolução da medicina, a alimentação regrada que tento implantar, os exercícios físicos e a bateria de exames realizadas anualmente, penso que estarei vivo e ativo nessa idade. O que eu farei aos 76 anos?

Confesso a você que como diz a música do genial Peninha, sucesso recente na voz de Caetano Veloso, "eu tenho os meus desejos e planos secretos", portanto, hoje, ao ter consciência dessa realidade, dessa mutabilidade da vida profissional e empresarial, já planejo o que farei, para meu sustento, aos 76 anos. E você? E a sua empresa? 

Na verdade, time que está ganhando precisa ser mexido. Visto sob a ótica do futebol, que nos ajudará no raciocínio, o time que está ganhando tem tática conhecida, pois já tem praticado tal modo de agir repetidamente, sendo que os adversários passam a conhecê-las e até praticá-las. Aliás, se você com o uso da mesma tática por vários anos não tinha concorrente, passará a ter. Se os concorrentes já existem, sua tática vitoriosa será copiada por eles.

As táticas e as pessoas que a praticam também se tornam ultrapassadas. Os teares a vapor certamente não são usados em nenhum lugar do mundo. Lá na terrinha o maquinário da extinta São Martino estão expostos no museu da cidade, não têm nenhum serventia. Hoje o maquinário jurássico tem sentido para contar a história da cidade. Pena que você e sua empresa, nos próximos 30 anos, sequer servirão para serem estampadas num museu.

Dessa forma, reinventar-se é o segredo, estudar o que pode ser melhorado, como sua produtividade pode ser ampliada, o que você pode aprender de novo, que atividades, que produto você pode vender e que será usado nos próximos anos, pense aí, tenha os seus segredos e planos. Eu tenho os meus, não abro pra ninguém...

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